Temporada 02 | Episódio 03

AI & Humanos pela Economia

Um pouco sobre como diferentes setores estão usando a inteligência artificial como aliada do trabalho humano, e como isso está impactando a jornada do consumidor e os negócios.

#09 AI & Humanos pela Economia

Olá, sejam bem-vindos a mais um episódio do Inside Alana Podcast. Eu sou André Calvente, Marketing Manager da Alana AI. Nos cinco episódios desta nova temporada, nós vamos falar sobre como diferentes setores estão usando a inteligência artificial como aliada do trabalho humano, e como isso está impactando a jornada do consumidor e os negócios em cada um deles. Então, sejam bem-vindos!

Neste episódio, vamos conversar sobre como a Inteligência Artificial vai afetar o funcionamento da economia global. Sabemos que a AI vai ser aplicada em todos os setores de economia e combinada a outras tecnologias como internet das coisas, a internet of things, computação em nuvem e Blockchain. Com isso em mente, nós podemos dizer que a AI tem potencial para compor as novas bases para o crescimento econômico e geração de valor em diferentes segmentos.

Segundo muitos pesquisadores, a inteligência artificial vai ter um impacto econômico tão grande ou até maior do que a revolução industrial, por exemplo. A consultoria McKinsey estima que a AI vai gerar uma atividade econômica global adicional de cerca de US$ 13 trilhões até 2030.

Uma outra consultoria, a Accenture, projeta que os países poderão chegar a duplicar suas taxas de crescimento anual até 2030, com a ajuda da inteligência artificial. Isso porque a AI altera a natureza do trabalho e cria uma nova relação entre homem, produção e máquina. Nessa equação, vários fatores têm impacto no resultado econômico, como a automação do trabalho, ritmo de adoção da tecnologia e infraestrutura de conectividade global.

Para a gente ilustrar um pouco mais o impacto da AI, a gente pode listar alguns dos principais benefícios para a economia. O primeiro é o ganho de produtividade, claro. A tecnologia permite a automação de processos robóticos e cognitivos, impactando desde indústrias até o mercado de serviços. Os sistemas de aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural estão ajudando as empresas a maximizar o valor de seus ativos.

A previsão é que o impacto das tecnologias de AI sobre o setor empresarial aumente a produtividade da força de trabalho em até 40%.

Outro fator que vai gerar muita movimentação econômica é a própria demanda do consumidor, já que tendemos a ver uma oferta crescente de produtos e serviços embarcados com AI de alta qualidade nos próximos anos. Em terceiro lugar, temos o impacto no setor de pesquisa e desenvolvimento (P&D), porque a AI permite a otimização e redução de custos nesses processos.

E por último, temos o impacto da tecnologia nos negócios, que vai fazer com que empresas inovem e criem modelos de negócios totalmente novos.

Aliás, a McKinsey analisou cinco grandes categorias de AI que mais vão afetar a economia. São elas: visão computacional, linguagem natural, assistentes virtuais, automação de processos robóticos e aprendizado de máquina avançado. Em 2030, a simulação média mostra que cerca de 70% das empresas vão ter adotado pelo menos uma dessas tecnologias em toda a organização, mas menos da metade terá absorvido totalmente as cinco categorias.

Se a gente pensar no aspecto econômico dos negócios, vemos que a AI está permitindo que organizações tomem decisões mais assertivas com base em modelos preditivos apoiados por algoritmos de AI. Com tantos dados disponíveis dentro das organizações, as empresas estão usando AI para reduzir seus riscos e ajustar perspectivas de crescimento.

E falando em riscos, que são um elemento importante para projeções econômicas, é interessante ver como a Inteligência Artificial vem sendo bastante usada no mercado financeiro também, né?

Pois é, algoritmos de machine learning já são muito aplicados no valuation de empresas e transações financeiras. Por exemplo: máquinas já estão usando dados históricos e qualitativos para avaliar os preços futuros das ações das empresas com base em informações abertas, avaliações, notícias, menções no Twitter e outras fontes.

Alguns pesquisadores também já desenvolveram muitas técnicas diferentes para aplicar AI em várias frentes do mercado financeiro. As redes neurais recorrentes, como são chamadas as redes de aprendizado de máquina, já são usadas para ajudar analistas a prever falências e fraudes, além de analisar a capacidade de crédito e gerenciamento de riscos nesse setor.

Pegando esse gancho, sabia que até mesmo bancos centrais ao redor do mundo têm usado AI para analisar estatísticas e melhorar suas estratégias econômicas? Pois é, o Banco do Japão e o Banco da China, por exemplo, estão usando big data para fazer previsões sobre o PIB e aumentar a capacidade de reconhecer e prevenir riscos financeiros.

Já na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) também coleta informações sobre cerca de 40 mil transações diárias do mercado monetário, e usa inteligência artificial para definir algumas taxas e assim criar parâmetros mais confiáveis que os benchmarks econômicos tradicionais. O Banco também usa algoritmos de machine learning para medir a inflação em tempo real e mapear informações sobre produtos com preços voláteis, como alimentos e outras commodities.

É muito legal ver como a tecnologia pode alterar a dinâmica do setor financeiro e o planejamento econômico de países. Mas, agora, como será que a AI vai impactar as transações econômicas do dia a dia? Acho que um bom exemplo fica claro no mercado de pagamentos digitais.

A gente tem visto o avanço de serviços que combinam inteligência artificial e uso de dados biométricos para autenticar operações financeiras, com tecnologias de reconhecimento de voz ou pagamento com reconhecimento facial, por exemplo.

A China, que é uma das líderes no desenvolvimento de AI, tem um caso muito interessante nesse sentido, que é o Alipay, do grupo Alibaba, que permite o pagamento sem contato em lojas, com apenas o reconhecimento facial.

Legal, né? É aquela história: nossos dados pessoais vão abastecer todos os tipos de serviços. Outro tipo de atividade financeira que está se tornando mais escalável com a inteligência artificial, é o trading de investimentos, que vem ficando cada vez mais automático com a ajuda de algoritmos de trading.

Os robôs de trading, ou robôs de investimento, estão otimizando e em alguns casos até substituindo os traders humanos. É, esse mercado está crescendo! São programas de computador que, com base nas informações do investidor e em análises estatísticas, escolhem os melhores investimentos para os interessados. Esses robôs fazem a compra e a venda de ativos, fazendo assim um rebalanceamento constante da carteira do investidor de acordo com os sinais de tendência emitidos pelo mercado.

É, enfim, vocês estão vendo, são muitos os exemplos que ilustram o efeito da AI nas atividades econômicas. E é claro, quando o assunto é força de trabalho, um dos maiores temores é de que a inteligência artificial acabe com a maior parte dos empregos, mas não é bem assim. A inteligência artificial não vai substituir os empregos ou os humanos.

Na verdade, vai gerar muitos outros empregos. Segundo um relatório do Fórum Econômico Mundial, a Inteligência Artificial vai gerar 133 milhões novos empregos até 2022, que está logo ali, o que equivale a muito mais postos do que serão perdidos pela automação de alguns processos mais braçais.

Pensando do ponto de vista econômico, será necessário um novo conjunto de profissionais para construir, manter, operar e regular as tecnologias emergentes ligadas à inteligência artificial.

E aí que entra um dos possíveis problemas. Um dos grandes riscos é que a adoção de AI aumente as desigualdades entre países, empresas, e trabalhadores. E aí, falando de países, é muito claro que economias com características diferentes vão precisar de estratégias diferentes para o uso da AI, de acordo com as demandas locais.

A pesquisa da McKinsey destaca que os países líderes na adoção e desenvolvimento de AI, como EUA e China, tendem a reforçar ainda mais sua liderança diante de outros países. Eles tendem a capturar um crescimento entre 20% e 25% em benefícios econômicos líquidos até 2030, em comparação com hoje. Já os países em desenvolvimento tendem a capturar apenas de 5 e 15% de crescimento.

Na verdade, algumas análises defendem que países desenvolvidos têm escolha senão investir em AI. Como a população desses países está envelhecendo, o PIB deles também tende a diminuir com o tempo, e por isso terão que investir em AI para alavancar o crescimento da produtividade. Por outro lado, os países em desenvolvimento que quiserem melhorar a eficiência de suas indústrias vão ter que investir em AI para se manterem competitivos no cenário global.

É legal essa perspectiva sobre a competitividade dos países, e essa corrida pela AI tem efeito sobre o desenvolvimento econômico das empresas também, viu? O desafio para muitas empresas, principalmente para PMEs, pequenas e médias empresas, e aquelas não tecnológicas, é incorporar a infraestrutura e habilidades necessárias para lidar com a inteligência artificial com o tempo.

O impacto da AI ​​na produtividade e competitividade das empresas é tanto, que as empresas que falharem ou demorarem para adotar a tecnologia podem perder rapidamente sua participação no mercado, ou ver seus modelos de negócio ficarem obsoletos.

Para representar isso, eu peguei alguns números da McKinsey para a gente ter uma dimensão desse impacto: segundo a consultoria, as empresas que absorverem totalmente as ferramentas de AI em suas estruturas podem chegar a até dobrar seu fluxo de caixa até 2030. Já aquelas que não adotarem a AI, por outro lado, podem chegar a ver uma queda de cerca de 20% em seu fluxo de caixa em relação aos níveis de hoje.

A gente vê que o investimento em AI é realmente uma questão de sobrevivência para empresas e governos. É importante que empresas e governos entendam que os benefícios do investimento inicial em AI podem não ser visíveis agora, a curto prazo, mas é necessário paciência e pensamento estratégico de longo prazo.

Não por acaso a gente vê governos criando estruturas e planos de longo prazo para inteligência artificial. Nós explicamos um pouco dessa disputa global pelo mercado de inteligência artificial lá no episódio 2 do Inside Alana Podcast. Se quiser conferir, vale a pena!

Enfim, já estamos chegando aqui ao final do nosso podcast. Essa é só uma conversa rápida, mas deixa claro como a AI vai impactar a economia.

Já terminando nosso papo, obrigado à todos que ouviram esse episódio! Se você gostou, compartilhe com seus amigos e colegas de trabalho. E se quer saber mais sobre o universo da Inteligência Artificial, acesse nosso blog e baixe nosso e-Book sobre o tema.

E, claro, continue acompanhando o Inside Alana Podcast. Se eu fosse você, eu ouvia o próximo episódio, onde vou falar sobre AI & Humanos pelo Planeta, pela Sustentabilidade. Obrigado e até mais!

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